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A força da educação empreendedora

Por Celso Niskier,

Empreendedorismo é atitude, é comportamento e transforma vidas. Essa é a mensagem central da publicação Educação empreendedora nos cenários de aprendizagem: um guia do Instituto Êxito, lançada na semana passada com o apoio da ABMES. O volume reúne os principais conteúdos já desenvolvidos pelo Instituto, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), voltados para o desenvolvimento, em sala de aula, de atividades e conteúdos focados em conectar estudantes e professores no incrível – e cada vez mais necessário – universo do empreendedorismo.

Para isso, uma das primeiras mensagens evidenciadas é a de que o empreendedorismo precisa ser compreendido como algo que vai muito além de abrir um negócio. Embora essa tenha sido a concepção original do termo, neste século 21 ele foi significativamente ampliado e ganhou uma nova essência.

Hoje, todo indivíduo precisa ser empreendedor de si mesmo. Para isso, ele precisa desenvolver atitudes e comportamentos empreendedores que passam, sobretudo, pelas tão demandadas soft skills, componentes essenciais na engrenagem de um mercado de trabalho cada vez mais disruptivo e competitivo.

Segmentadas em pessoais, técnicas, gerenciais e social, as competências empreendedoras são as mesmas demandadas para os profissionais de hoje e do futuro próximo, como capacidade de desenvolver um raciocínio lógico; de se comunicar com clareza; de tomar decisões; de negociação; e criatividade, por exemplo.

Ao todo, o material disponibilizado pelo Instituto Êxito lista 16 competências e, para cada uma, apresenta lições com dicas e exemplos práticos de conteúdos e atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula tanto no ensino médio quanto nas instituições de educação superior. Dessa forma, a publicação evidencia que todo mundo pode desenvolver as competências empreendedoras, mesmo aquelas que não são natas ao indivíduo.

É claro que todo esse esforço não faria sentido se não houvesse reconhecimento por parte dos docentes e dos estudantes sobre a importância da educação empreendedora. Por isso, a publicação começa apresentando os resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Êxito em parceria com a Unesco na qual mais de 6 mil alunos e 2 mil professores foram ouvidos. Os resultados animadores revelam que 95% dos estudantes consideram importante ou muito importante a oferta desse conteúdo dentro das salas de aula. Entre os professores, o índice é bastante similar: 96%.

Nosso objetivo ao organizar a publicação foi o de oferecer ao professor uma espécie de “guia essencial” que o auxilie na elaboração de planos de aula e no estímulo do espírito empreendedor nos estudantes. Além disso, o material também se propõe a ser uma base sólida a partir da qual estados e municípios podem inserir a educação empreendedora em suas políticas educacionais.

Agradeço aos meus amigos Janguiê Diniz e Iara de Xavier pela parceria no desafio de organizar esta publicação. Sabemos que o tema é amplo e não se esgota no que está posto naquelas páginas, embora não sejam poucas. Mas também temos consciência de que se o conhecimento sintetizado ali for aplicado nas salas de aula, formaremos novas gerações muito mais bem preparadas para lidar com os desafios e as demandas destes tempos desafiadores.

A educação empreendedora tem esse poder. Ela é capaz de contribuir para a formação de indivíduos mais bem preparados para o mercado de trabalho, mas também para se relacionarem melhor e impactarem positivamente a sociedade. Não se trata de uma solução milagrosa para todos os problemas do país, mas de um passo fundamental sem o qual não conseguiremos avançar. É nisso o que acreditamos.

Fonte: ABMES