Por Maximiliano Damas
Tenho estudado muito o tema criatividade.
Tinha a crença de que criatividade estava associada a uma grande ideia, uma invenção. Na verdade, a criatividade surge da combinação de um conjunto de elementos – experiências, informações, referências… – para resolver problemas.
Nenhuma boa ideia surge do acaso. Sempre ela vem depois de uma outra que surgiu antes do momento em que poderia ser concretizada. De acordo com Steven Johnson, autor de “De onde vêm as boas ideias”, existem alguns padrões recorrentes no processo criativo. As ideias mais relevantes levam muito tempo para evoluir e podem passar muitos anos “hibernando”. Tim Berners-Lee trabalhou 10 anos no projeto que viria a se tornar a internet. No início, ele não tinha ideia do que acabaria gerando – queria apenas organizar suas próprias informações. Só depois de 10 anos surgiu a visão completa da internet.
Todo mundo é criativo! Todo mundo nasce com a possibilidade de criar, de encontrar soluções. Mas a gente desaprende isso. A gente cai em moldes – o primeiro é a escola. Você precisa responder de acordo com gabaritos, com padrões.
A criatividade é uma tentativa de desconstruir um conjunto de crenças que você não é criativo, que você vai seguir uma linha de montagem, vai se enquadrar numa caixa. Você precisa desaprender padrões, formar novas crenças, para reaprender a criar.
Em 2009, criamos, na UniCarioca, a disciplina Criatividade. Eletiva para alguns cursos e obrigatória para outros. O foco é resolução de problemas – simples, complexos… A máquina ela resolve problemas que são racionalmente, logicamente lineares. Ela faz uma combinação através de regras e gera saídas. A mente humana consegue gerar soluções criativas que a máquina não é capaz de produzir. Combinamos variáveis racionais, emocionais, sensoriais… A criatividade é e será cada vez mais o principal fator de diferenciação do ser humano.
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Maximiliano Damas é pró-reitor acadêmico da UniCarioca
