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Reinventando o local de trabalho

Por Celso Niskier 

Ao participar como um dos moderadores do 2º Fórum Global Learning, organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, a ABRH Brasil, a convite dos amigos Leila Félix do Nascimento, Paulo Sardinha e Cesar Souza, pude entender melhor os desafios do ambiente de trabalho na era pós-Covid.

A palestra de Scott Cawood, CEO da empresa WorldatWork, iluminou muitos dos aspectos que preocupam os responsáveis pela área de recursos humanos das empresas no Brasil e no mundo.

Ele mostrou como a pandemia acelerou sete anos em sete meses, com transformações que impactaram para sempre o ambiente de trabalho. Para ele, trabalho não é mais um local, mas uma atividade humana, que pode ser desempenhada de qualquer lugar.

Segundo pesquisa por ele apresentada, o espaço de trabalho encolheu 63%, com boa parte dos trabalhadores em home-office, ou trabalho doméstico, a maior parte do tempo.

Um dos desafios apontados é a necessidade de “re-skilling”, ou o treinamento de novas habilidades para atuação no mundo de trabalho em transformação.

As empresas se tornaram intensivas em dados, e a aprendizagem será por demanda, de qualquer lugar e a qualquer hora.

O desafio será criar um ambiente organizacional que estimule a aprendizagem contínua.

Outra preocupação é com a saúde física e, principalmente, mental dos trabalhadores, uma vez que nem todos possuem um ambiente de trabalho doméstico adequado, e a disciplina na separação das tarefas domésticas das de trabalho será fundamental para a segurança psíquica dos colaboradores das empresas. Vislumbra-se, aqui, uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento de programas de saúde mental para funcionários, a exemplo do que a ABMES já realiza, com palestras e atividades de meditação e bem estar para os funcionários.

O futuro transformará as empresas em ambientes de aprendizagem permanente, com novas competências e habilidades sendo adquiridas na velocidade necessária para acompanhar esses novos tempos.

A empresa do futuro será mais enxuta, mais diversa, e trabalhará cada vez mais em rede, uma rede de talentos e de processos integrados. A interação entre pessoas e robôs será comum, e a necessidade de combinar a inteligência natural com a inteligência artificial poderá ser um diferencial para muitas empresas que querem atrair os novos talentos, mais sintonizados com a evolução tecnológica e que valorizam a qualidade de vida tanto quanto a remuneração.

Nós, do setor de educação superior particular, podemos e devemos colaborar para essa transformação, em parcerias com as universidades corporativas na oferta de programas de requalificação profissional e de adaptação dos trabalhadores ao mundo volátil, incerto e ambíguo, que está emergindo desses tempos críticos de pandemia.

Nunca a universidade foi tão importante para as empresas sobreviverem e prosperarem. Cabe a nós, educadores, aproveitarmos essa oportunidade histórica única de integração com o mundo empresarial.

Fonte: ABMES