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Da semente se faz uma floresta

Por Celso Niskier,

Em um seminário repleto de emoção, conteúdo de qualidade e desafios para o futuro, a EDUX21 Consultoria Educacional lançou, na última terça-feira (05/04), na sede da ABMES, sua mais nova publicação: Questões ambientais no século 21: oportunidades e desafios para a educação superior no Brasil. O debate resultou em encaminhamentos e desdobramentos que têm tudo para colocar, de vez, a temática na agenda da Associação, das instituições de educação superior e dos formuladores das políticas educacionais. Além da diretora executiva da EDUX21, Iara de Xavier, e da diretora técnica Patrícia Vilas Boas, também estiveram presentes Mauro Pires, sociólogo e analista ambiental; Rubens Martins, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, servidor do Ministério da Educação; e Bráulio Dias, diretor-presidente da Fundação Pró-Natureza e professor-adjunto da Universidade de Brasília (UnB).

Toda essa mobilização, claro, não surgiu do nada. Faz algum tempo que a temática ambiental saiu do âmbito restrito da militância para incidir em praticamente todas as esferas da sociedade. Dos ecologistas ao mundo pautado pela sustentabilidade, não foram necessárias muitas gerações. Muito mais por sinais claros de esgotamento emitidos pelo planeta do que por mérito da humanidade, como bem sabemos.

O resultado é que a questão ambiental ultrapassou todas as barreiras e passou a ocupar, inclusive, debates econômicos, políticos e internacionais. Apesar de toda essa relevância, a pauta ainda não se consolidou naquele que é um espaço estratégico para a formação profissional e para a preparação de indivíduos conscientes do seu papel enquanto cidadãos: a educação superior.
Por isso, a EDUX21 reuniu alguns dos mais destacados especialistas do país para que, de forma clara e didática, apresentassem os principais pontos que envolvem a questão ambiental e como as instituições educacionais podem atuar nesse contexto. O resultado é um compilado de dados atuais, informações qualificadas e análises relevantes que fazem do livro um marco na oferta de subsídios técnicos para a estruturação de conteúdos transversais na grade curricular de todas as áreas da graduação.

Ao longo de cinco capítulos, o leitor mergulha em um universo repleto de desafios e consequências para a humanidade caso sigamos sem dar à questão ambiental a devida atenção que lhe é merecida. Contudo, longe de ter uma visão alarmista, a publicação apresenta caminhos e soluções que têm sido construídas e se mostram efetivas na redução dos impactos ocasionados pelos seres humanos nesse “pálido ponto azul”, como denominou o físico Carl Sagan (1934 – 1996).

No primeiro capítulo são apresentados os aspectos relacionados às mudanças climáticas, incluindo as ações necessárias para a sua mitigação e as respectivas responsabilidades. No segundo, o autor reforça a importância e a finitude da água. Já o terceiro capítulo traz um panorama histórico do ensino da biodiversidade nas IES. No quarto capítulo somos apresentados à relação entre sustentabilidade e desenvolvimento mais igualitário. Por fim, o último capítulo aponta direções de como implementar o meio ambiente como tema transversal nos cursos superiores.

Apenas durante o seminário foi ressaltada, por exemplo, a oportunidade da curricularização da extensão para que as IES discutam as questões ambientais e a necessidade de evolução dos instrumentos de avaliação como uma forma de estimular esse investimento por parte das IES. Fazendo o seu dever de casa, a ABMES se comprometeu a ressaltar o aspecto ambiental na Campanha da Responsabilidade Social, que passará a ser Socioambiental, e anunciou o Prêmio Professor Fernando Braga para os melhores trabalhos em educação ambiental desenvolvido pelas instituições de educação superior.

Vale registrar que a publicação também é uma homenagem a Fernando Braga, fundador da EDUX Consultoria e que nos deixou de forma repentina no ano passado. Fernando nutria uma constante preocupação com a qualidade da educação superior e com a construção de um Brasil mais justo e sustentável. E não era um ambientalista de gabinete, mas um cidadão que efetivamente colocava a mão na terra. Dedicou-se à sensibilização das pessoas para a preservação e a recuperação ambiental, e conseguia sempre a companhia dos mais jovens nas suas jornadas de plantio de árvores. O professor Fernando Braga nos fará muita falta, mas seu nome ficará eternizado em todos aqueles que acreditam em um mundo melhor.

Fonte: ABMES